sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Tema: “O que motiva as pessoas a optar por alimentos pré-cozinhados ao invés de confeccionar a sua própria comida?”

Introdução


No âmbito da disciplina de SIMF, realizou-se este trabalho intitulado “O que motiva as pessoas a optar por alimentos pré-cozinhados ao invés de confeccionar a sua própria comida?”, com o intuito de se tentar, nestas poucas linhas, reflectir-se sobre a diversidade/realidade do ser humano nos seus diferentes contextos sociais, culturais, políticos e educativos, no que se refere á escolha de determinada forma de preparar a sua refeição.
Nos tempos da actualidade, a maneira de como se confecciona a refeição é completamente diferente de há alguns anos atrás, mesmo sendo desde sempre uma necessidade a ser satisfeita para a sobrevivência de qualquer animal, e é claro, da do ser humano.
Como forma de quebrar algum saber de senso comum sobre esta questão, e de fomentar conhecimento científico, recorreu-se à pesquisa de variadas bibliografias sobre o assunto, mas também optou-se por realizar um inquérito por questionário e entrevista, com o objectivo de se ter dados concretos sobre uma realidade específica da alimentação dos seres humanos, nomeadamente de estudantes e funcionários da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto.

Fundamentação


HISTÓRIA DA ALIMENTAÇÃO

A alimentação não tem que ver apenas com a satisfação de uma necessidade fisiológica, idêntica em todos os seres humanos; ela está intrinsecamente ligada à diversidade das culturas e a tudo quanto contribui para modelar a identidade de cada povo. Ela é também profundamente influenciada por padrões de vida.
A questão da alimentação quotidiana, o papel do pão, do vinho e das especiarias, a arte culinária, mas também as fomes que assolaram periodicamente a Europa, faz parte de uma história que desde os tempos dos Primórdios até à Idade Média e desta até aos nossos dias, mostram-nos que cada homem, cada sociedade, cada cultura, num determinado tempo, tem a sua maneira própria de comer, de estar à mesa, de servir, de apresentar determinadas comidas e utilizar determinados utensílios, como o garfo ou a colher, de caçar, trocar ou comprar alimentos, e de utilizar a comida, ou melhor, a refeição, como meio de conviver, ou podemos mesmo dizer de se socializar.
Como podemos apurar no livro “História da Alimentação”, os nossos antepassados dispunham já de livros de culinária, e os ofícios ligados à alimentação eram bem mais numerosos que hoje. Essa obra refere, também, que a tradição ocidental inspirou-se, mais ou menos, em culturas vizinhas, como as da Mesopotâmia e do Egipto antigo, as da Grécia e de Roma, a de Bizâncio, as dos Judeus e dos Árabes e, por fim, a dos Americanos.
Tentando direccionar este trabalho, para a realidade europeia, nomeadamente portuguesa, devemos mencionar um pouco de história em relação ao contributo da cozinha árabe para a cozinha europeia.
Na época pré – islâmica, os pastores nómadas viviam de lacticínios, de um pouco de carne e de tâmaras. No sul da península, onde o clima era pouco árido, a alimentação incluía cereais, legumes e frutos.
A cozinha árabe, foi também ela influenciada pela alimentação dos persas, que apreciavam a carne de animais novos nutridos, assada ou frita em manteiga ou azeite; a carne ou as miudezas repousavam numa mistura de leite ácido e especiarias; preparavam guisados, pâtes e geleias; em suas mesas tinham sempre arroz e espinafres; as sobremesas de açúcar eram á base de amêndoas e nozes; os frutos tinham um lugar de relevo nas refeições, sendo estes acompanhados por um bom vinho.
A facilidade e intensidade de relações (para além da unificação cultural) permitiram a extensa e rápida difusão de plantas originárias da Pérsia tal como o sorgo, o arroz, a cana-de-açúcar, a beringela, o espinafre, certos citrino e a bananeira.
A cozinha árabe tem a sua especificidade de arte culinária nos ingredientes e nas combinações usadas, nos modos de cozinhar, nos sabores e nas consistências.
Nesta cozinha, as matérias gordas desempenham um papel essencial nos cozinhados, como por exemplo, para fritar a carne recomenda-se a gordura com sabor forte extraída da cauda do carneiro, o azeite é, também, muitíssimo utilizado, tal como os óleos de cártamo, de noz e de amêndoa. Os lacticínios intervêm também na alimentação, como o caso da manteiga, que se for de conserva, fundida e clarificada é usada para tempero e a fresca acompanha o pão; já o leite, fresco serve para cozer o arroz e azedo é utilizado em variadíssimos pratos; quanto ao queijo, fresco ou seco, dá gosto e serve para ligar a outros ingredientes. O vinagre é muito utilizado, bem como o agraço, os sumos de citrinos e de frutos ácidos, para conservar azeitonas, alcaparras e legumes, para marinar carnes e peixes e para confeccionar molhos.
Foi pela altura das cruzadas, com a reconquista de Espanha e da Sicília, que se introduziu nos hábitos alimentares dos países mediterrânicos e depois pela restante Europa Ocidental, alimentos e gostos do mundo muçulmano clássico, tal como se pode verificar em alguns livros antigos de cozinha da Europa, pela utilização de certas especiarias, do açúcar, das amêndoas, da água de rosas, do sumo de frutos ácidos, de certos tipos de cozedura e sabores: como o doce e picante.
A influência árabe, dos Primórdios até á Idade Média, fez sentir, principalmente, pela introdução de produtos como legumes e frutos, especiarias, açucar, e muitos mais, na Peninsula Ibérica e depois espalharam-se pela restante Europa, mas nesta caíram no esquecimento nos séculos a seguir, mas também influênciou a forma de preparar e confeccionar os alimentos.
Em Portugal será que caíu no esquecimento e não se confecciona comida com estas influências árabes, seguindo o seu modo e tempo de preparação e confeccionação previligiando os tipos de alimentos já pré-preparados?
O objectivo deste trabalho não é saber sobre as influências árabes na cozinha portuguesa, mas sim saber o que motiva as pessoas a optar por alimentos pré-cozinhados ao invés de confeccionar a sua própria comida, como antigamente (até há muito pouco tempo) se fazia.

Metodologia


AMOSTRA:

A nossa amostra é constituída por 4 alunos e 4 funcionários da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, com idades entre os 18 e os 55 anos, num total de 8 pessoas e sendo metade homens e metade mulheres.

INSTRUMENTOS:

Elaboramos um inquérito escrito, dividido em duas partes. A primeira, um questionário sobre a alimentação, a segunda, uma entrevista sobre dados pessoais.

PROCEDIMENTOS:

Optou-se por realizar verbalmente o inquérito, gravando o mesmo com o consentimento da pessoa envolvida, garantindo a confidencialidade de tod
os os dados e informações fornecidas.

Análise

Para análisar as respostas ao inquérito, optamos por apresentar em tabela as informações recolhidas, quanto às diferentes questões colocadas sobre a temática escolhida, “o que motiva as pessoas optar por alimentos pré-cozinhados ao invés de confeccionar a sua própria comida?”.
O que nos levou a escolher este tema foi o facto de, pelo senso comum, acharmos que as pessoas actualmente preferem os alimentos pré-cozinhados aos por si preparados e confeccionados.
Pensavamos, pelo conhecimento empírico, que encontrariamos diferenças não só nas escolhas dos tipos de alimentação, mas também nas escolhas feitas entre pessoas de diferente género, idade, profissão e escolaridade.
No entanto, isso não se verificou, tal como podemos constatar com a análise feita e com os resultados apresentados no final de cada tabela.
Os resultados mostram-nos que, nos dias de hoje, em Portugal, nomeadamente numa população restrita (8 pessoas, metade homens e metade mulheres, e destas oito, 4 eram estudantes e 4 funcionários) da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Porto, ainda não se opta pela alimentação dos pré-cozinhados.
No entanto, dessas oito pessoas só três (funcionários, duas mulheres e um homem) referiram que cozinhavam a sua própria comida e que raramente utilizavam outro tipo de alimentação, bem como raramente utilizavam o microondas como forma de cozinhar ou confeccionar a sua alimentação.

Conclusão

Depois de concluído a análise dos resultados, verificamos que tínhamos cometido alguns erros, que de certa forma comprometeram os resultados obtidos. Um deles, foi o facto de apenas termos utilizado dois tipos de amostra, estudantes e funcionários da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Chegámos à conclusão que por o termos feito, de certa forma, limitamos as análises.
Uma outra gafe foi o termos utilizado oito elementos, deveríamos ter alargado o número de pessoas, pois assim poderíamos ter chegado a análises mais diversificadas.
O facto de o inquérito ter sido feito em sítios, alturas e por entrevistadores diferentes, de certa forma, influenciou os resultados obtidos.
Nos dois distintos contextos, as perguntas foram colocadas de forma desigual, pois uma das administradoras limitou-se a fazer as perguntas tal como elas se apresentavam no inquérito, a outra ao invés de o ter feito, realizou mais à base de diálogo, muitas vezes induzindo os inquiridos nas suas respostas, o que não foi uma boa estratégia, pois poderá ter influenciado as respostas e assim os resultados obtidos.
Um outro aspecto que pode também ter influenciado os resultados foi o facto de um dos elementos ter escolhido o bar como local para administrar o inquérito, o que revelou não ter sido uma boa opção, devido ao local não ser calmo nem um sítio que incentivasse a concentração.
Por fim, depois de feitas as análises verificamos que os resultados vieram contrariar a nossa questão de investigação, pois aferimos que hoje em dia as pessoas continuam a utilizar mais comida confeccionada por si ao invés de comida pré-cozinhada.
No entanto, o facto de ter-mos limitado as amostras e o número de elementos das amostras pode ter influenciado estes resultados.

Bibliografia

Aires, Philippe; Duby, Georges, 1990, História da Vida Privada, Porto, Ed. Afrontamento, Vol. II , Cap. II

Giddens, Anthony, 1996, As Consequências da Modernidade, Oeiras, Celta Editora, Cap. I, pp.1-38, Cap. II, pp.44-46, 49-54, Cap. III, pp. 71-78

Ministério Educação, 2001, Educação Alimentar : Guia Anotado de Recursos, Lisboa, CCPES, DEB, DES, IIE, Coordenação Editorial: IIE

Ministério Educação, 2007, Guião de Educação do Consumidor, Lisboa, Ministério da Educação, Cap.B

Montanari, Massimo; Flandrim, Jean-Luis, 1998, História da Alimentação, Lisboa, Ed. TerraMar, Cap. XX

Rodrigues, Lídia 1989, O Processo Civilizacional, Lisboa, Ed. Publicações Dom Quixote, Vol. I, Grupo I

Silva, A. Santos; Pinto, J. Madureira 1986, Metodologias das Ciências Sociais, Porto, Ed. Afrontamento, Intr. e Cap. II

Http://www.dgidc.min-edu.pt/EducacaoSexual/nes/Livro_Meio_Escolar.pdfHttp://pt.shvoong.com/medicine-and-health/nutrition/1704536-alimenta%C3%A7%C3%A3o-na-idade-pr%C3%A9-escolar/

ANEXOS


Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto
Introdução às Ciências Sociais
Turma A
Inquérito á Comunidade da FPCEUP


Secção A. Diferença entre a limentos cozinhados e pré-cozinhados


1ª. Em que dias da semana almoça ou janta em casa?Porquê?


2ª. Que tipo de alimentos é que habitualmente costuma utilizar para cozinhar?( alimentos naturais, pré-preparados e pré-cozinhados). Porquê? ( explicite uma ou duas razões).

3ª. Que tipo de cozinhados costuma cozinhar durante a semana e ao fim de semana?
(cozidos, assados, fornos, microondas, fogão,...)


4ª. Que factores é que considera qu condicionam as suas escolhas?
( ecológicos, saúde, económicos, funcionalidade,...)



Secção B. Dados Pessoais

1ª. Sexo: Feminino ou Masculino
2ª. Idade : 17-24 Anos, 25-32 Anos, Mais de 33 Anos
3ª. Estado Civil : Solteira(o), Casada(o), Divorciada(o), Viúva(o)
4ª. Descendentes: 0, 1, 2, >2
5ª. Escolaridade: 12ºAno, Licenciatura, Bacherelato, Mestrado, Doutoramento
6ª.Profissão:___________________________________________________
7ª. Área de Residência : Porto, Gondomar, Gaia, Matosinhos, Ermesinde, Outro

Obrigada pela colaboração!


Alimentação pobre em fibras e vitamina C



Os dados do estudo sobre a prevalência da obesidade infantil não podiam ser mais preocupantes: 88% das crianças portuguesas fazem uma ingestão insuficiente de fibras presentes nas frutas e nos produtos hortícolas (sintoma de carência de legumes no prato e na sopa e de frutas à sobremesa); 97% ingerem açúcares a mais (abuso de bebidas açucaradas); 45 a 50% ingerem mais colesterol do que o desejável; 20 a 26% têm carência de vitamina C, devido à falta de fruta fresca; e 44% das raparigas e 39% dos rapazes ingerem insuficiente quantidade de cálcio (presente no leite e derivados).Este excesso de gorduras e de açúcares e o aprovisionamento "muito insuficiente" de fibras, vitamina C e cálcio representa um risco muito severo para a saúde infantil, adverte Pedro Moreira, docente da Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto, avisando especialmente para as doenças cardiovasculares.Há já provas anatómicas (verificadas em autópsias) de formação de placa arterosclerótica (entupimento das artérias) em rapazes a partir da puberdade e nas raparigas um pouco após esta fase de desenvolvimento, fenómeno que se verifica geralmente nos adultos na quarta década de vida. Em Maio passado , a opinião pública e os meios da saúde britânicos ficaram chocados com a notícia da morte, em Londres, de uma criança de 3 anos, devido a insuficiência cardíaca causada pela obesidade. Esta pesava 38 quilogramas, quando deveria pesar 14,5. Fenómeno crescente na Europa e nos Estados Unidos, a obesidade é uma das preocupações da Organização Mundial de Saúde.

Televisão está a engordar as crianças portuguesas

ALGUNS SITES RELACIONADOS COM A ALIMENTAÇÃO

http://www.asae.pt/
http://www.iogurte.com/
http://www.comportamentoalimentar.pt/
http://www.fitpassion.com/
http://www.performance.pt/html/index.asp
http://www.portalimentar.pt/
http://www.vitaminas.bayer.pt/